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Entrevista: `` Papo Plus´´ com o DJ Luan Olivier


Boa noite, tudo bem com vocês?

Esse mês nosso especial de entrevistas com os profissionais Dj´s da cena eletrônica e também da cena Pop , ganha ``reforços´´ de peso para que o nosso portal , o Soundplus fique mais completo.

Por isso hoje, quero compartilhar com vocês o Papo pra lá de Plus que eu tive com o DJ Luan Olivier, um profissional incrível que eu conheço tem um tempinho, admiro, respeito e sou muito fã!

O Luan é uma das pessoas que torna o trabalho do Soundplus mais especial, assim como os nossos parceiros e conquistou os nossos corações com a frase mais famosa do mundo: Nome na lista?

Confiram a entrevista completa, conheçam um pouco mais do trabalho único que ele faz já tem um tempinho.

Entrevista:

Soundplus: Qual é o seu nome verdadeiro e o de Dj? Tem quantos anos ? Mora em que cidade ?

Luan: Meu nome de registro é Lhuan, com H mesmo! Minha mãe achou que não faria diferença rs, mas depois de muito soletrar pelo telefone ou lutar com o corretor ortográfico, decidi assumir o Luan sem H mesmo. Hoje uso o nome Luan Olivier, que muitos chamam de Óliver, mas o i entre o V e o E tem o sentido do nome próprio francês Oliviê. Tenho alguns aninhos, hahahaha, mais do que eu aparento, só de noite são 9 já! Ufa! Eu moro há 5 anos em Campinas, mas sou natural de Botucatu, cerca de 250 km de São Paulo.

Soundplus: Em que ano iniciou a sua carreira ? Atualmente é Residente em alguma casa noturna?

Luan: Eu iniciei minha carreira em 2008, dentro da faculdade. Eu me formei em Hotelaria e dentro do Grande Hotel São Pedro e no setor de recreação tive minhas primeiras vivências de produção de eventos e vida noturna nas inesquecíveis festas da faculdade! Porres homéricos! Hahaha Experiências inesquecíveis. Atualmente eu toco como DJ no charmoso CamaleOn em Poços de Caldas a cada 45 dias e sou host oficial do Livre Club Bar em Campinas... mas já posso adiantar que vou encabeçar mais um time a partir do ano que vem!

Soundplus: Qual é o seu estilo ?

Luan: Eu sou apaixonado por Deep-house! Escuto em casa muito para desestressar e iniciar os trabalhos da noite, mas comercialmente falando, toco POP limpo em suas versões rádio ou as vezes mixadas em versões bem lights de eletro ou mashups.

Soundplus: Quem te inspirou e ainda inspira ?

Luan: Hoje alguns poucos DJ-produtores da cena brasileira se destacam por feitos nessa categoria. Se fossemos falar de pessoas, existem milhares de modelos por ai: Em São Paulo o DJ Pomba (Lenda da noite paulistana, meu professor e meu grande incentivador), Leiloca Pantoja, Johnny Luxo, Click (Um mega empresário hoje em dia), Gabriel Rocha (muito pela técnica e dedicação que tem em fazer um pop diferente), em Campinas produtores como Fuji Fujimiro e Rick Sábia que mantém a noite campineira ativa. Acima de tudo eu acredito em gente do bem, gente que acredita na gente, que não tem o DNA sujo da noite, que não colabora pra esse ambiente hostil camuflado de glamour que as pessoas de fora imaginam que seja.

Soundplus: Como você enxerga a cena atual ?

Luan: Nós estamos em uma cena mais light. Vai parecer uma redundância, mas o POP se popularizou muito mais. Ganhou um pouco do espaço do tribal e expandiu horizontes. Em tempo de crises econômicas manter uma casa noturna nem sempre é fácil e o pop é versátil podendo acontecer no porão de uma casa até no complexo do Anhembi. É comercial, é vendável e tem se mostrado uma solução para os longos investimentos. O empresário está livre para fazer casamentos. Você pode montar um line-up pop e colocar um show da Anitta pra lotar a casa, no tribal não. É atingir mais pessoas! Não focar em um único público. Em tempos de crises precisamos buscar um gênero que atraia mais gostos, que seja mais popular. Tem que ser a música da radio, as principais do top 10 da estação, aquilo que o seu cliente vai ter certeza que vai gostar. Se ele se diverte em casa escutando, por que não iria se divertir com os amigos com esse mesmo som em um ambiente legal? Há também um excesso de djs pelo fato de não exigir muita técnica para comandar uma pick-up, o que eles esquecem é o feeling de dj...o feeling de saber tocar a música certa na hora certa, de levantar ou abaixar a pista como quem controla uma pipa. Saber soltar os hits na hora certa, abrir mão do estrelato para deixar a atração tocar todos os hits, escutar com atenção os colegas, não repetir as músicas, salvar a pista quando precisa ser salva...conduzir os ouvidos, gerar emoções através das notas. Isso é ser DJ. Mexe muito com o emocional da pista. Por isso os djs de POP não são todos iguais, ai está a diferença entre os bons e os ruins.

Soundplus: Você tem uma personagem por assim dizer, qual é o nome ? Como e quando surgiu a ideia?

Luan: Já tive. Tive uma versão drag de uma quarentona bem tiazona chamada Tia Lola. Tia Lola surgiu do stand up e da amizade com Nany People. Nany é madrinha de uma festa mensal que acontece ou acontecia (não me recordo mais) no Kitch Club, onde muitos humoristas de varias emissoras se encontravam para festejar. Uma vez, em uma edição a fantasia, Nany não pode ir e eu fui fantasiado de Nany e aquilo me marcou pro resto da vida. Montei um projeto de stand-up e apresentei no Frey Café & Coisinhas na Frei Caneca em São Paulo, depois da sessão fui pra extinta boate A Loca e conheci o então famoso Dj Pomba! Pomba me contou que tinha uma ong, o Dynamite e CMIJ – Centro de Musicalização e Inclusão de Jovens, no bairro do Bexiga. Dentre as atividades oferecidas havia o curso de DJ que ai Pomba sugeriu: Por que você não aprende a tocar e leva a Tia Lola pras boates? Dito e feito. Me formei, trabalhei com ela durante 4 anos em São Paulo e depois me mudei pra Campinas com a promessa de nunca mais trabalhar na noite. Já viu que não deu certo, né? rsrsrs

Soundplus: O que precisa melhorar na cena hoje que no passado ou quando você começou já existia ?

Luan: Acima de tudo a qualidade dos DJs de POP e o profissionalismo de quem trabalha na noite. As pessoas precisam encarar isso como um trabalho de verdade. Sobriedade na hora de tocar, pesquisa, feeling fazem falta ainda na cena pop. No geral ainda precisamos desfazer a velha panelinha e dar chance a vários new faces influentes que surgem por ai. A renovação tem que ser constante! Uma coisa que noto na cena campineira é que as pessoas aqui vivem muito de passado, elas não conseguem encarar o fechamento de uma boate ou a extinção de uma festa, elas não estão abertas ao novo, estão ancoradas e perdem a fé em toda noite campineira, agem como desestimulantes regionais, ao invés de saudar o que tem de bom sendo feito por ai e contribuir também.

Soundplus: Um blog como o Soundplus ajuda o Dj ?

Luan: Muito! Além do marketing em prol de players como eu, produtores tem seus trabalhos divulgados e os clientes tem acesso a aquela música gostosa que escutam na boate e agora podem curtir em casa! O Soundplus trás acessibilidade, cultura e integração a cena noturna.

Soundplus: Você tem outra profissão ? Na noite Campineira você também é Hostess como é essa experiência?

Luan: Tenho! Rs. Eu sou formado em Hotelaria, mas desde que cheguei em Campinas atuo no comércio como vendedor ou como gerente em algumas das minhas experiências. Na noite ainda atuo como host em uma das casas mais tradicionais de Campinas há quase 2 anos e essa experiência é muito bacana. Como host eu estou mais próximo do cliente, quebro o tabu do intocável dj que está no alto da pick-up e eu gosto quando as relações ficam mais humanas. Também é uma forma de manter ativo dentro da cena, pois o dj as vezes cai no esquecimento muito fácil. As pessoas me reconhecem por ser uma personalidade da noite, nem como host, nem como dj, mas como alguém que está sempre por trás das maiores e mais belas festas da cidade. Eu gosto de ser visto assim.

Soundplus: Qual é o seu maior Sonho ?

Luan: Meu maior sonho é formar uma família, me aposentar em uma cabana bem simples no pé de uma montanha, vender flores na cidade enquanto toca uma vitrola com as minhas melhores músicas.

Soundplus: Você acha negativo o Funk está invadindo a cena eletrônica, por que ? Explique brevemente sua visão .

Luan: Absolutamente não! O funk é comercial, é popular, tem um poder de levar multidões aos lugares e gerar muito dinheiro. Esse dinheiro que movimenta cenas como a nossa que depois de um tempo não se sustentam só com o eletrônico, é por isso que o gênero POP tem se alastrado tanto, é esse dinheiro que ainda paga o cachê do DJ eletrônico nos intervalos! O funk não tem complexidade, não leva semanas para ser elaborado como uma sinfonia erudita, mas tem swing, tem gingado, é contagioso e o principal, representa a realidade do nosso país nas periferias. O funk é o canto do candomblé repreendido pelo coral das religiões tradicionais. Nós somos o país da alegria, o país do sofrer e sorrir, nosso carnaval é o melhor do mundo, nossas festas são as melhores do mundo, então tudo que tem a nossa raiz, o nosso DNA é feliz e tem que invadir tudo mesmo.

Soundplus: A música pra você é...

Luan: Um pedaço de mim, é a minha hipófise, é o que move os meus sentimentos. Tudo pra mim tem música. A vida sem uma trilha sonora é um desenho em preto e branco, sem graça, sem cor, que passa despercebido pelo mundo.

Soundplus: Qual foi a música que mais te marcou e ainda marca até hoje ?

Luan: Duas músicas me marcaram muito em minha carreira. A primeira delas foi um remix super popular de It’s Not Right, But It’s Okay da Whitney Houston, porque toquei muito no começo da minha carreira e eu sempre fui muito fã de Whitney. A outra é mais recente, é Open Bar de Pabllo Vittar. Eu não conseguia acreditar que era um homem cantando com aquele timbre. Me apaixonei loucamente por ele.

Soundplus: Um conselho para quem está começando !

Luan: Vou dar 2:

O 1º é “Coma todas as pessoas que quiserem dar pra você, aquele um que você não comer vai fazer da sua vida um inferno”,

O 2º é “Quando alguém pedir uma música pra você, apenas acene com a mão sorrindo gentilmente, transpassando levemente a uma cara de tristeza e gesticule com a boca (Não tenho), mesmo que você toque ela depois

Depois desse papo incrivél, quero agradecer mais uma vez o carinho que o Luan tem por mim e claro agradecer a sua participação nessa matéria preparada com muito amor.

+ DJ Luan Olivier


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